sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Delírio pela liberdade



Aquele muro que foi construído tem ossos triturados de irmãos meus.
Ou melhor, e porque não dizer: Aquele muro leva um pedaço de mim, meu sangue, ou mesmo de forma fatiada, alguém, ou algo que um dia foi meu.
Não importa a forma como queira ouvir isso, se em bom português castiço, ou em clássico alemão do III Reich, se no belíssimo idioma de Cervantes, ou no tom de voz que ecoava nos campos de concentração ou nos encantadores salões, onde encontramos Guido Orefice, aquele judeu que era dono de uma livraria judaica na Itália fascista e que fora enviado a um campo de concentração.
Ainda sinto o afinco de um pai tentando proteger seu pequeno Giosué, das amarguras que a dura realidade lhes impunha.
Guido lhe dizia que tudo aquilo não passava de um grande jogo, e quem conseguia passar incólume, ganharia uma grande surpresa.
Só não havia dito a seu filho, que a grande surpresa, era a LIBERDADE.

Na analogia usada por Guido, o grupo que primeiro fizesse mil pontos, ganharia de presente um lindo tanque de guerra, em claríssima alusão, ao: "Se queres a paz, prepara-te para a guerra!"

Dora ocupava um dos lados do imenso campo de concentração.

Lembre-se, pelo ponto de vista de Benigni, autor de "A Vida é Bela": Rir e chorar vem do mesmo ponto da alma, e dessa forma, ele atingiu o seu ponto de vista, ao nos desenhar de forma belíssima, a tragédia gris denunciada pelo filme em que são pontos principais Guido o pai, Giosué o filho e Dora a mãe.

Mas o que quero salientar com isso, é que não importa o idioma no qual queira ouvir que tua liberdade já não existe mais, em qualquer idioma conhecido ou não, existem mil maneiras de se falar a verdade, inclusive de iludir-se alguém para que a verdade seja o mais singela possível.
E quase ouso dizer, tendo Barcarolle ao fundo, na belíssima obra de Offenbach:
Ali meu senhor, tem meus sonhos, minhas ilusões, ali, meu senhor, tem minhas dores, minhas paixões e tudo aquilo, que nem sequer cheguei a viver; mas estava em meus planos, senão que eu mesmo vivesse, quem sabe um de meus filhos, o tivessem vivido.

(ap. Ely Silmar Vidal - Teólogo: COJAE 0001-12-PF-BR; Psicanalista: CONIPSI CIP: 0001-12-PF-BR; Jornalista: DRT-9597/PR e presidente do CIEP - Clube de Imprensa Estado do Paraná)

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Mensagem 18122022 - Delírio pela liberdade - (imagens da internet)

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Que o Espírito Santo do Senhor nos oriente a todos para que possamos iluminar um pouquinho mais o caminho de nossos irmãos, por isso contamos contigo.

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